Borell e Linda Bacila:
Proposta pedagógica: Jornal em sala de aula....
Vivemos um momento histórico da educação pública no estado do Paraná. Professores trocaram as salas de aula pelas ruas afim de reivindicar seus direitos e lutar por melhorias no sistema de ensino. Esse período histórico não deve passar despercebido nas escolas, o momento de discutir, e iniciar uma educação política de qualidade é agora, para que futuramente tenhamos cidadãos críticos e conscientes.
Visando materializar as informações e opiniões formadas durante esse período, estamos propondo que alunos de ensino médio e fundamental desenvolvam um jornal, onde neste deverão esclarecer termos que fizeram parte da pauta de reivindicações dos professores como paraná-previdência, data-base, SAS, e o massacre sofrido pelos
professores no dia 29 de abril de 2015. Esses termos serão discutidos em sala de aula e textos explicativos, alem de manchetes de jornais, sites serão disponibilizados para que os alunos tenham material de pesquisa.
Será sugerido também que os alunos entrevistem professores, funcionários da escola, colegas e pais para que diversas opiniões sejam expostas. O jornal impresso deverá ser disponibilizado para a comunidade escolar.
Entendemos que com esse trabalho os educandos poderão se conscientizar sobre o que realmente aconteceu durante o período de greve,além de possibilitar um momento de discussão e aprendizagem sobre essas vivencias, trocas de experiências e ideias, enfim utilizar um meio de veiculação de informação, produzido inteiramente pelos alunos, para registrar esse marco na história da educação do Paraná.
Arnaldo Jansen:
Arte e suas expressões na ciência: Escultura
O projeto “arte e ciências” têm como finalidade promover os alunos a realizar trabalhos envolvendo a concepção de arte em temas científicos promovendo subtemas específicos em sua extensão.
“Arte” pode ser abordada como qualquer manifestação de ordem estética, tendo como objetivo estimular o interesse ou a consciência de um espectador. O projeto tem como intenção fazer com que os discentes usem de sua criatividade para que, com os materiais disponibilizados, apliquem suas ideias na forma de expressão artística escultural com os conhecimento já possuídos na disciplina de ciências.
A escultura é classificada como a 4ª arte, representando e ilustrando imagens tridimensionais, trabalhando com o volume do material. A mesma sempre foi trabalhada com uma diversidade de materiais como o mármore, bronze e madeira, mas por questões de praticidade na abordagem didática, se escolheu o uso da argila.
Os grandes nomes dentre a escultura em tempos antigos, como Leonardo da Vinci e Donatelo, são renomados por sua arte em obras grandes, com materiais e técnicas aplicadas a estruturas pesadas. Portanto tomamos como base as obras de uma artista contemporânea, Beth Cavener Stichter, renomada por suas obras feitas em argila, geralmente representando animais em grande complexibilidade.
Tomando tal conceito, os discentes escolherão quaisquer temas dentro da ciência já trabalhados por eles, sendo estes podendo ser os mais diversificados, buscando conhecimentos empíricos de assuntos já estudados a serem colocados na prática, em um modelo palpável, através da argila.
Primeiramente será lançada a proposta para a oficina nas turmas a serem trabalhadas com o ponto de arrecadar alunos do 6° e 7° ano. Os mesmo terão uma pequena palestra com uma explicação do objetivo do trabalho e o que será feito no decorrer da oficina.A oficina ocorrerá em dois momentos, a aula introdutória teórica e a prática, que ocorrerão em três aulas.
A primeira aula será o momento de introdução teórica, aonde será trabalhado os conceitos de arte e ciência assim como toda a ideia por trás do projeto e as introduções para o trabalho a ser feito na prática, visando esclarecer quaisquer dúvidas e deixar claro o motivo de os alunos estarem ali. No decorrer da primeira aula também serão divididos os grupos para confecção da prática e assim como a divisão e escolha dos temas a serem trabalhados.
A segunda aula dará o início as práticas, com as turmas divididas nos grupos previamente separados, um orientador para cada grupo estará supervisionando e ajudando os alunos, que estarão trabalhando com o molde de argila com os temas escolhido por eles.
Após a segunda aula os trabalhos serão levados para secagem e preparação para a terceira aula. Na terceira aula os alunos trabalharão da mesma forma que a segunda, porém com a pintura das esculturas de argila previamente montadas.
Prontas as esculturas será realizado uma exposição para que esses modelos artísticos sejam apresentados para todo o Colégio, durante a mesma os visitantes avaliarão os trabalhos com um pedaço de papel que será lhes dado na entrada da exposição. Os avaliadores escreverão o nome da obra e do aluno e depositarão em uma caixa.
Ao final da exposição serão contados os votos e os elaboradores das três obras mais votadas receberão um prêmio.
Texto por: Guilherme Ruiz
Borell e Linda Bacila:
Proposta pedagógica: Direito Animal uma discussão necessária.
O movimento pelos direitos dos animais, iniciado na década de 70 do século passado, vive hoje um momento de consolidação teórica, gerando ásperos debates nos campos da Bioética e do Biodireito.(LACERDA, 2012,p..38). Admitir que animais possuem direitos, é admitir que esses tem direito à vida e consequentemente devem ser tratados com respeito. Iniciar uma discussão sobre esse tema faz-se necessário, segundo Godoy e Jacobs (2012,p.42), "Os animais não humanos sofrem as conseqüências de um especismo eletivo e elitista desde os tempos mais remotos. A educação formal reforça esses preceitos ao reproduzir um modelo antropocêntrico em seus documentos oficiais, livros didáticos e currículos.", deste modo entendemos que para que haja uma educação formal consciente e ética relacionado aos animais uma abordagem não especista deve ser realizada, afim de esclarecer sobre a defesa dos direitos animais (dda's), desenvolver um pensamento críticos dos educandos sobre o tema, e apresentar a realidade vivenciada pelos animais não humanos hoje, que vem sendo utilizados como comida, roupas, entretenimento e experimentações científicas (Tom Regan, Jaulas Vazias), enfim levar uma temática atual que exige discussão até a sala de aula.
Como proposta metodologica de trabalho, utilizaremos a arte (literatura) para apresentação do tema, através da crônica "
da utilidade dos animais" de Carlos Drummond de Andrade, afim de iniciar uma apresentação e discussão do tema, a partir disso outros recursos como videos, imagens e reportagens serão utilizados.
Para que os alunos possam expressar suas opiniões formadas a partir das intervenções, duas oficinas serão executadas, onde a partir da arte, os educandos poderão expor o que aprenderam, uma oficina utilizará a arte de quadrinhos para representação de ideias, e uma segunda oficina utilizará fotografia afim de registrar maus tratos à animais no entorno da escola.
Com esse trabalho busca-se proporcionar um momento de discussão sobre DDA's além de contribuir para a formação crítica dos educandos, para que esses possam ser conscientes na sociedade em que vivem.
Texto por: Ana Carolina Moreira
Oficina com materiais recicláveis.
Arte pode ser feita das mais variadas maneiras e formas, alguns artistas em suas obras artísticas utilizam materiais recicláveis,literalmente, coletam materiais muitas vezes do lixo, o que é lixo para você para ele pode ser o acabamento de sua obra. Com esse intuito você pode conferir abaixo uma oficina que visa trabalhar com os alunos a arte com materiais recicláveis, mostrando que muitas coisas podem ser reaproveitadas, assim trabalhando a questão ambiental. Abordar a questão ambiental atualmente em sala de aula, como consumo consciente, reciclagem, etc; tem grande importância na formação cidadã dos alunos, preparando-os assim indivíduos conscientes que respeitam o meio ambiente e sabem aproveitar de maneira consciente os recursos a sua disposição.
Crônica: Da utilidade dos animais – Carlos Drummond de Andrade
Terceiro dia de aula. A professora é um amor. Na sala, estampas coloridas mostram animais de todos os feitios. É preciso querer bem a eles, diz a professora, com um sorriso que envolve toda a fauna, protegendoa. Eles têm direito à vida, como nós, e além disso são muito úteis. Quem não sabe que o cachorro é o maior amigo da gente? Cachorro faz muita falta. Mas não é só ele não. A galinha, o peixe, a vaca… Todos ajudam.
– Aquele cabeludo ali, professora, também ajuda?
– Aquele? É o iaque, um boi da Ásia Central. Aquele serve de montaria e de burro de carga. Do pêlo se fazem perucas bacanas. E a carne, dizem que é gostosa.
– Mas se serve de montaria, como é que a gente vai comer ele?
– Bem, primeiro serve para uma coisa, depois para outra. Vamos adiante. Este é o texugo. Se vocês quiserem pintar a parede do quarto, escolham pincel de texugo. Parece que é ótimo.
– Ele faz pincel, professora?
– Quem, o texugo? Não, só fornece o pêlo. Para pincel de barba também, que o Arturzinho vai usar quando crescer.
Arturzinho objetou que pretende usar barbeador elétrico. Além do mais, não gostaria de pelar o texugo, uma vez que devemos gostar dele, mas a professora já explicava a utilidade do canguru:
– Bolsas, mala, maletas, tudo isso o couro do canguru dá pra gente. Não falando da carne. Canguru é utilíssimo.
– A vicunha, que vocês estão vendo aí, produz… produz é maneira de dizer, ela fornece, ou por outra, com o pêlo dela nós preparamos ponchos, mantas, cobertores, etc.
– Depois a gente come a vicunha, né fessora?
– Daniel, não é preciso comer todos os animais. Basta retirar a lã da vicunha, que torna a crescer…
– A gente torna a corta? Ela não tem sossego, tadinha.
– Vejam agora como a zebra é camarada. Trabalha no circo, e seu couro listrado serve para forro de cadeira, de almofada e para tapete. Também se aproveita a carne, sabem?
– A carne também é listrada? pergunta que desencadeia riso geral.
– Não riam da Betty, ela é uma garota que quer saber direito as coisas. Querida, eu nunca vi carne de zebra no açougue, mas posso garantir que não é listrada. Se fosse, não deixaria de ser comestível por causa disto. Ah, o pingüim? Este vocês já conhecem da praia do Leblon, onde costuma aparecer, trazido pela correnteza. Pensam que só serve para brincar? Estão enganados. Vocês devem respeitar o bichinho. O excremento – não sabem o que é? O cocô do pingüim é um adubo maravilhoso: guano, rico em nitrato. O óleo feito da gordura do pingüim…
– A senhora disse que a gente deve respeitar.
– Claro. Mas o óleo é bom.
– Do javali, professora, duvido que a gente lucre alguma coisa.
– Pois lucra. O pêlo dá escovas é de ótima qualidade.
– Pois quando voltar a moda do chapéu para os homens, o castor vai prestar muito serviço. Aliás, já presta, com a pele usada para agasalhos. É o que se pode chamar de um bom exemplo.
– Dos chifres do rinoceronte, Belá, você pode encomendar um vaso raro para o living da sua casa.
Do couro da girafa Luís Gabriel pode tirar um escudo de verdade, deixando os pêlos da cauda para Tereza fazer um bracelete genial. A tartarugamarinha, meu Deus, é de uma utilidade que vocês não cauculam. Comemse os ovos e tomase a sopa: uma delícia. O casco serve para fabricar pentes, cigarreiras, tanta coisa. O biguá é engraçado.
– Apanha peixe pra gente.
– Apanha e entrega, professora?
– Não é bem assim. Você bota um anel no pescoço dele, e o biguá pega o peixe mas não pode engolir. Então você tira o peixe da goela do biguá.
– Não. É útil. Ai de nós se não fossem os animais que nos ajudam de todas as maneiras. Por isso que eu digo: devemos amar os animais, e não maltratálos de jeito nenhum. Entendeu, Ricardo?
Entendi, a gente deve amar, respeitar, pelar e comer os animais, e aproveitar bem o pêlo, o couro e os ossos.
Referências:
(Texto extraído de Drummond, Carlos de. De notícias e não notícias fazse a crônica.
Rio de Janeiro, José Olympio, 1975)
http://vistase.com.br/dautilidadedosanimaiscarlosdrummonddeandrade/
GODOY,M; JACOBS,A. Animais não humanos e ensino de ciências:uma experiência desenvolvida com educadores na extensão universitária. Revista Educação e Cidadania.Nº14. 2012
LACERDA,B. Pessoa, dignidade e justiça: a questão dos direitos dos animais .Revista Ética e Filosofia Política. nº15.v.2.2012.
REGAN, T. Jaulas vazias: encarando o desafio dos direitos dos animais. Porto Alegre: Lugano, 2006
REIS, J. C.; GUERRA, A.; BRAGA, M.. Ciência e arte: relações improváveis?. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro , v. 13, supl. p. 71-87, Oct. 2006.